LÁ PRAS BANDAS DO
SERTÃO
Lá pras bandas do Ceará, cidades
pobres nos arrabaldes de Fortaleza, capital; existiam duas famílias bem
paradoxais. Uma, religiosa, pertencente a Antonio Raimundo, homem de fé e
generosidade; a outra de Raimundo Antonio, cabra valente, justiceiro, bem feitor
aos seus próprios olhos, fazia sua justiça e ordem prevalecer.
Num determinado dia como de
costume, Antonio Raimundo estava ajudando as pessoas e sobre a luz da lua
falava da Bíblia para os ouvidos atentos, quando de repente, Raimundo Antonio
chega com seus comparsas. Agride os presentes, mas Antonio Raimundo vira objeto
de ódio.
O homem semimorto ao chão,
desperta depois de horas e dá graças a Deus; esforça-se em proteger sua velha
companheira, mas suas muitas dores o limitam do carinho e proteção. Muitos anos
passaram, uns vinte, quando todas as escleroses se fecharam, Raimundo Antonio
manda seus homens trazerem Antonio Raimundo ao seu lar. O sertanejo de crença
vai orando e ao chegar à fazenda, o rude cangaceiro o manda curar sua adoentada
esposa. Sabendo que era impossível para um humano, pós se de joelhos e começou
a orar. Com a facilidade de quem está habituado a falar com Deus pede, a
senhora levanta restabelecida, a admiração está no ar.
Raimundo Antonio o presenteia
então com uma casa, um carro, com muitos agradecimentos, e com o principal, fé
no Deus verdadeiro.