sábado, 7 de setembro de 2013

Absolvição

Na sala fria, escura, corredores silenciosos atrapalhados às vezes por sons de sapatos aos pisos. Aquela senhora, cabelos brancos desgrenhados, olhos úmidos, boca seca, assustada; sentada a meia luz, respira profundamente. Ao seu redor oito pessoas a observam. Uma seriedade nos rostos do mais velho ao caçula. A caluda quebrada pelo relógio, pode se ouvir algum barulho na rua. Repentinamente a voz trêmula e rouca passa a dissertar em defesa das cãs. Almejando piedade, há uma mina nos olhos, que desesperadamente jorram na tentativa de limpar o que parece sujo. As pestanas articulam-se, a boca tenta convencer o júri de sua inocência. A assistência atônita com tamanho despropósito falta de prudência, leviandade bate o martelo com a negativa da cabeça; a réu leva todos ao choro mostra-se pecadora como a humanidade. Absolvida, sorri, sua mão cai como seda ao chão, os advogados e as câmeras se apagam as oito almas a enterram canonizando-a.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Filhos do Tempo

Meus filhos se conheceram em Araçatuba-SP, há mais de dez anos atrás. Ele militar por carreira, na ativa, de família paulistana, educado no bairro de Santo Amaro, nas redondezas do clube Banespa. Ela, linda, formosa, estudiosa e feminina, de família paulista da cidade de Oswaldo Cruz.
Lembro-me que na faculdade o professor solicitou que formassem duplas para um trabalho, foi à oportunidade da aproximação de sentimentos; ela esforçava-se em não demonstrar, ele fazia questão de dar em cima. A nota pelo trabalho se tornou insignificante, pois a nota do amor já alcançou os dez.
Parabéns por uma década bem sucedida, e pelas incontáveis que virão. “Mesmo muitas águas não são capazes de extinguir o amor, nem podem os próprios rios levá-lo de enxurrada...” Cânt. Salomão 8:7.
Abraços
Marco Alexandre Dias da Silva

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"ESPERAREI"

Esperarei domingo; Esperarei sorrindo; Esperarei sonhando; Esperarei dormindo; Esperarei um amigo, Um abrigo, um lindo dia de sol.