sábado, 30 de novembro de 2013

AIAS DO CERRADO

AIAS DO CERRADO

Zelar, cuidar, amamentar são funções que outrora as doces aias desincumbiam-se; hoje, do lado mais quente de Goiás, em Caldas Novas, as hodiernas aias desbravam o cerrado brasileiro, zelando, cuidando e amamentando por mais de três décadas a ideia de joias (pedras preciosas da região) e acessórios sustentáveis com o melhor que a mata nativa pode oferecer.
Elas são  A I A s
A - Adeguimar
I - Ioná
A - Arantes
“Designers de joias e riquezas do cerrado para o mundo”
                

                   

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Resposta de Um tempo Feliz

O tempo é pai de todos, um segundo que seja de um sorriso despretensioso, amigo e verdadeiro é como uma poção mágica, muda o dia, o cinza fica completamente colorido, o dia te abraça, o dia vira pai. Como é bom um abraço do Pai!!!!!
Manobro meu carro na garagem, uma pequena janela se abre e um enorme sorriso se abre com ela. Penso, o tempo nos apresenta tesouros. Alguns desses presentes perduram pela vida toda, nenhum tempo apagará, nunca apagará. Cada batida de meu coração é um segundo a menos nesta vida, cada sorriso seu é um segundo a mais, é o verdadeiro sentido de que viver vale ser vivido. O mesmo tempo que me rouba a vida é o mesmo tempo que me leva para uma eternidade impregnada de todos que me fazem sentir que vale cada segundo vivido. Um sorriso, uma palavra amiga, um gesto de carinho e assim sigo o meu dia, mais alegre, mais satisfeito, com a certeza que o ser humano é um templo de Deus. Ajoelho-me em ti grande amigo, grande templo de ternura e força. Agradeço por cada encontro com você, pois cada sorriso teu me mostra uma oração nova que carrego pelo resto do dia, esperando um novo amanhecer e um novo encontro, pois neste Templo habita Deus, pois ele com certeza habita em você.

domingo, 24 de novembro de 2013

Vila Operária

Eram meados de 1965, na cidade de Cubatão, baixada santista, que completariam um pouco mais de dois anos de casados. Nilo o bebê de um ano e meio brincava dona Abigail, a jovem Abigail, linda, morena clara, olhos e cabelos negros, magra; decoradora nata repartia a casa de madeira da vila Operária com cortinas, móveis e flores. Não é que se assemelhava a casas de bonecas. Dona Milú de família espanhola, meio cheinha e simpática pede licença; a mulher entrou e perguntou a jovem se não tinha ciúmes de seu marido. Talvez – foi a resposta ressabiada da moça.
                - Sabe aquela moça morena, a Josefa, que todo dia após o trabalho passa aqui pra ver o Nilo?
                - Continue. Um tanto impaciente com os rodeios da Senhora.
                - Quando seu marido sai pela manhã, ele encontra com ela no ponto de ônibus todos os dias. É um chamego pra lá e pra cá. Lança o veneno.
                - Era só isso? – pergunta a jovem finalizando a conversa.
                - Por favor, não me envolva neste assunto. Eu prezo por demais a paz. Sai em direção ao portão.
                O coração de Abigail agora é uma máquina, ela prepara a mamadeira do Nilo e atenta ao relógio espera qual onça o perigo se aproximar. Às quatro horas pontualmente, Josefa chega cheia de sacolas e vai entrando dirigindo-se até o berço, pega o Nilo adormecido e faz carinhos, enche-o de beijos e não para de falar até o bebê acordar. Percebe que Abigail está muda, indaga se acontecera algo.
                - Vagabunda! – esbraveja a dona do lar.
                - Co- como?
                - Coloque o menino no berço, pensa que desconheço suas intenções, vadia!
                - Me deixa explicar...
                Bah! O tiro passa perto furando a parede de madeira, Josefa cai ao chão de joelhos e berra aos prantos tirando junto aos seios uma foto do irmão mais velho de Abigail.
                - Não me mate, toda manhã eu mando uma carta para seu irmão através de seu esposo, pois os dois mulher de Deus trabalham juntos.
                - Ordinária, não sabe que meu irmão é casado? Suma daqui, da minha vida e da do meu irmão.

                Josefa sai rapidamente correndo pela vila e some na rua principal; duas horas depois chega Igor, mas antes de entrar em casa, a vizinhança o informa do ocorrido. Precavido, entra em casa como costumeiramente, vai até Nilo, a criança fala – Pai, mamãe Bum! – mostrando com o dedinho indicador o furo. Desentendido, continua com o menino no colo, qual dono da arma sabe que há mais projeteis. Pra que cutucar a onça com vara curta.

Ventura

Senti-me completo, Minhas necessidades
Foram atendidas por apenas viver.
Vivo, mas não a vejo,
Sinto o que dá sentido,
Por dentro, estruturas e
Órgãos, veias e artérias, por fora, não vejo.
Tudo bem estou completamente vazio,
Enlouquecido a chegar à perfeição.
Ventura, bem-aventurança, felicidade
Contraiam comigo um enlace eterno.



domingo, 10 de novembro de 2013

O OFÍCIO DOS PAIS

O Ofício dos Pais

Senhor Carlos, vulgo Cacá, era pescador e agricultor por profissão, muito extrovertido, gostava de contar muitas histórias e piadas. Ensinava seus filhos o ofício, dizia-lhes que de fome não morreriam! Conhecia e conhecido por todos, fazia muitas algazarras nas ruas, de um quarteirão ao outro mexia com os transeuntes. Nas horas vagas ia pescar, convidava os vizinhos e conhecidos, varas, molinetes, iscas, anzóis e barcos, aquilo o deixava muito feliz. Dona Ninica, diarista nas semanas, aos fins de semanas era a mãe mais dedicada ao lar e família. Preocupava-se com a educação dos filhos, acompanhava suas notas e desempenhos escolares. Dizia para aproveitarem enquanto o tempo favorecia o saber, pois, os desfavoráveis chegariam. Qualidades de laboriosidade, honestidade e otimismo ajudaram seus filhos, Tiago, Pedro, André e João a serem bons cidadãos.
O pai aproveitava a hora do almoço ou jantar para mostrar os peixes aos garotos, ensinava-lhes que precisavam ser iguais aos peixes bons, pois as atitudes indesejáveis como mentira, roubo, desonestidade e a lista parecia crescer com os dias, eram iguais aos peixes podres e cheiravam mal.

HORA DE ESTUDAR

Com o começo de um novo ano, havia chegado o momento tão esperado, Joãozinho agora caminha com seu outro irmão rumo à escola; os outros dois, Tiago e Pedro, estudavam no período vespertino. Achou diferente aquela correria, o sinal para entrar em sala, a fila que se fazia, a chamada de presença que sempre um engraçadinho respondia: Presunto, por mais repetitivo que fosse as risadas eram garantidas. Em casa Joãozinho era um tagarela, mas na escola a timidez destacava-se. Sua professora Dona Teresinha, loira, olhos azuis, magra, estatura mediana, um doce; com ela ele aprendeu a ler, formar frases, calcular (somar, subtrair, dividir e multiplicar), da primeira à quarta série, era o paraíso estudantil, lecionava-se com facilidade de aprendizagem.
No fim daquele ano letivo, Joãozinho poupou em seu cofrinho as economias de quatro anos, uma miséria, mas o menino foi até o bazar e comprou um pingente de cachorrinho para sua professora em agradecimento pela sua dedicação e carinho. Em sala de aula, último dia, ele deu o presente para a professora que surpresamente colocou no pescoço toda feliz. Joãozinho volta pra casa feliz, chutando pedras, conseguira realizar uma coisa que há muito queria dar de coração.
No seguinte ano, as coisas mudaram, não era apenas uma professora e sim nove, sendo a carrasco mor a professora de matemática Dona Tisuko. Era baixa, magra, cabelo liso, preto, curto, filha de japoneses, sistemática e perfeccionista, sem tato e muito parcial em classe. Qualidades? Sim, ela possuía, mas Joãozinho não consegue se lembrar. Antipaticamente, chamava o pobre menino de burro para seus colegas ouvirem, seu chavão consistia em dizer que desse jeito não dá, né. Uma das séries mais difíceis que Joãozinho passou foi a quinta série por bruscas mudanças; resultou em passar de ano raspando em matemática, o que decepcionou Tisuko, torcendo agora para ele cair em sua turma.
Na sexta série, Joãozinho estava novamente com Tisuko, infelizmente ele bombou unicamente em matemática, na recuperação de fim de ano. O olhar da professora era de vitória, conseguiu fuzilar o jovem e, olhando pra ele disse que futuramente a agradeceria por não ter deixado passar para sétima série. O menino saiu como que nocauteado, foi a primeira vez que se recorda de enxergar o mundo cinza. Seus pés automaticamente fazem o caminho para casa. O coração bate descompassado, seus olhos jorram águas, não sabe da reação dos pais, teme por sua situação. Entra na casa do escadão, sua mãe acaba de chegar do trabalho e ao fitar o garoto entende que não passou de ano. Adianta-se a dizer que perdera um ano de sua vida e que isto lhe sirva de lição; bola pra frente, a vida continua.
Joãozinho vai à cama, deita-se, procura achar explicações, mas tudo parecia vazio, fracasso, essa palavra passava por sua mente. Chorou, chorou até dormir.
Agora, João, cursa novamente a sexta série, mudou muito, deixou a timidez de lado, aprendeu a malícia das milícias estudantis. Ficara esperto, conseguia responder a altura ou sobrepujar seus adversários; começou a trabalhar de Office-boy, via independência em sua vida. Na escola, chegando à noite do trabalho, passou pela Brasília bege de Dona Tisuko. Calmamente na frente de observadores esvaziou seus quatro pneus, era uma ação antiestresse pra ele. Houve uma ocasião que ao sair da sala, as carteiras e cadeiras estavam em chamas; inventou pra ser popular que seu pai tinha acertado na loteria e em poucos dias seriam os mais novos ricos da cidade. Começou uma fila pra serem amigos de João, convites mil não faltavam. Entretanto, toda mentira tem pernas curtas e logo os curiosos começaram a rodear seu pai que desmentiu a história.
À noite, houve um black out, os atuais apagões, tudo escuro, Sr. Cacá pergunta para João que tipo de peixe era ele? Na mesa, velas e uma sopa de feijão com ovos cozidos, um caldeirão e todos a comê-la. João responde que não era peixe, poderia ser muito bem um feijão. Feijão quando não guardado na geladeira estraga, você pode comparar-se com qualquer outra coisa, o fato é que cheira mal. André, Pedro e Tiago saem da mesa e vão para o quarto, Ninica recolhe a louça, todos entenderam que o momento era de correção e, costumeiramente deixavam o pai administrar a devida disciplina.
João aos gritos tentava refutar sem êxito as cobranças do velho. Hoje você foi um peixe podre, o que ganhou por mentir? Amigos do seu suposto dinheiro; vergonha, doravante vão apontá-lo como o mentiroso. Acha que saiu no lucro? Cada admoestação do pai entrava uma facada em seu coração, mas o semblante mantinha-se varonil. Seu Carlos o fez sentar no sofá e o que viu foi um garoto querendo ganhar espaço, amigos de uma forma tola. Aconselhou e João não aguentou mais, pôs se a chorar. Deitou sua cabeça  no colo de seu pai,  qual cafuné na cabeça, cantava uma música que acalmou sua criança. Cacá percebeu que o pequeno após aquela conversa fora ajudado a ser um nobre homem.  Desmaiado de sono, Cacá o leva em seus braços e o coloca no beliche, beija-o, olha ao redor e seus filhos fixam na cena. Beija Pedro, Tiago e André e deseja-lhes uma boa noite.
Caminha para seu quarto pensativo, talvez triste por não prever tal situação, deita na cama, sua esposa começa a lhe fazer um cafuné e canta uma música relaxante que faz seu Carlos embalar no sono, sua esposa Ninica protege-o para que pesque seus mais lindos sonhos.

sábado, 2 de novembro de 2013

A VONTADE DE JOÃOZINHO

Queria Joãozinho por todo custo ir logo à escola; sua curiosidade aos cinco anos e propaganda de seus irmãos tirava-lhe o sono. Quatro beliches, espaço apertado, Joãozinho dormia embaixo, ali era seu mundo encantado. Ele sabia falar seu nome, contar de um a dez, falava de cor o nome de seus pais; não via a hora de poder conhecer o desconhecido, ampliar o seu mundo.
A casa em que Joãozinho morava era a única de uma escadaria que embaixo ao pé da escada, dava acesso à avenida e, lá no alto a rua de terra. O quintal rodeado por uma cerca de troncos de árvores, apoiando os arames farpados; na entrada pela escadaria, havia um poço artesiano, ao seu lado, um tanque de lavar roupas, um pouco a esquerda, uns degraus feitos na terra acessando a parte de cima do quintal.
Era como o quintal da vovó com aquela goiabeira, um pé de lima, a plantação rasteira de morangos, um pouco mais adiante a horta com couves, almeirões, alfaces e tomates; tanto ao lado esquerdo como do direito ao fim do quintal, bananeiras ornavam-no, e um pé de jaca se destacava. O terreno do vizinho era repleto de plantação de milho, onde Sr. Carlos, pai de Joãozinho zelava para cultivo. A casa antiga possuía laje no cômodo mais novo, a cozinha, as demais partes eram simples, o quarto dos genitores com guarda-roupa, cama de casal com, criados mudos, chamavam atenção do menino. O quarto das crianças com suas duas beliches, a sala com os jogos de sofás, uma estante e televisão. A cozinha era azul, azul bebê, Ninica a mãe deixou de seu jeitinho com um toque feminino.
Todos os dias, inclusive feriados, Joãozinho acordava às cinco e meia, corria para o quintal, puxava a mangueira e começava a regar a horta, as plantas e tudo em volta; gostava de demorar pra ver o sol surgir, aproveitava seus raios que o aqueciam e arrepiavam-no, um arrepio com sensação de alívio, pois parecia que tudo de ruim havia saído com a luminosidade.

Conversava com as plantas e com os matos arrancava-os, reunia como brinquedos e sua imaginação se soltava, longe muito longe. Corria para tomar seu café da manhã afobado, precisava ver se já tinha moranguinhos, quantos? Ninica balançava a cabeça achando graça de suas preocupações. Seus três irmãos acordavam às seis e meia inconformados com o horário, corriam e engoliam o pão com café; lá iam eles cutucando um ao outro, um zombando do outro. Joãozinho com seus olhos os seguiam até sumirem de vista. Imaginava ao lado de seus irmãos cutucando, brincando e correndo até chegar à escola. Voltava ele a brincar com os matos e o ajuntar de pedrinhas.

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"ESPERAREI"

Esperarei domingo; Esperarei sorrindo; Esperarei sonhando; Esperarei dormindo; Esperarei um amigo, Um abrigo, um lindo dia de sol.