MADAME FABOTTI
Os quarentões estão completando
quatorze anos. Como assim? Eu e minha amada esposa estamos na puberdade de
nosso matrimônio. Lembro-me que em meados de 2000, enquanto a maioria se
preocupava com o “fim do mundo”, eu avistei o meu futuro naquela moça
encantadora! Ela não gosta quando eu uso a expressão que foi “amor à primeira
tradução de LIBRAS”, como toda mulher, quer ser valorizada pelo que é, e não
pelo que faz. Acontece que pelo conjunto da obra (beleza, delicadeza, amor ao
que estava fazendo e principalmente, amor ao verdadeiro Deus, Jeová) foi
abalada as minhas estruturas. Qual estrategista arquitetei meus planos, comecei
a pegar o mesmo ônibus no horário dela. Entreguei uma poesia que terminava
dizendo: “só o tempo consegue entender e explicar um grande amor”. Ela parecia
desinteressada até que dei xeque-mate, ela não tinha mais pra onde correr, era a
hora de uma resposta, positiva ou negativa.
- Eu darei a resposta daqui
alguns dias. Falou toda desconcertada.
No entanto, fui antecipando a
data por marcar um encontro e nesse encontro, sim, um irresistível gatinho de
pelúcia branco, com seus detalhes rosa e olhos azuis; era minha arma, a mais
baixa e desesperadora possível.
Encontramo-nos no terminal de
ônibus e com um sorriso transbordante, dei a arapuca. Ela sorriu,
desmanchou-se, fez de conta que era uma surpresa, embora, costumeiramente, as
mulheres fazem um check-in, percebendo tudo a sua volta; ela percebeu o
presente e se duvidarmos, sabia que era um gato de pelúcia e o quanto eu havia
pagado nele. Mas, em sua discrição, enrubesceu-se e sorrindo agradeceu-me. Dali
por diante, tornamo-nos cúmplices de nosso amor e marcamos a data de nosso
casamento para exatos um ano.
Viva! O mundo não tinha chegado
ao fim, mas minha condição de solteiro sim. Aos quinze dias do mês de dezembro
de 2001, nos casamos, trabalhamos juntos na Língua de Sinais por quase sete
anos, e nos outros sete, trabalhamos unidos por um ser razão e outro
sentimento, ela econômica e eu gastador, eu risonho e ela sisuda, ela dores e
eu o remédio, eu depressão e ela a psiquiatra particular.
Éramos jovens, hoje maduros,
gostamos de conversar, respeitar um ao outro. São 14 anos de uma luta em dupla
contra os problemas, nunca contra nós mesmos. Elizabeth, a Beth como conhecida,
artista plástica, artesã, decoradora, arquiteta, paisagista por devoção,
técnico em contabilidade por profissão, voluntária na obra de Deus de coração.
Parabéns pelos 14 anos de
casamento, por nosso amor, no mais pleno sentido e complexidade e em todas as
áreas que ele atua. Que nosso amor alcance a maturidade no enlace, Madame
Fabotti.
De seu sempre, amor, filho e
Quem-Quem.
Marco.