sexta-feira, 12 de junho de 2020

"NUDEZ DA VIDA"

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Nu ele estava, lembrava Clarice e seus contos. Com duas taças de vinho nas mãos me serviu. Eu o fitava, aquele corpo imperfeito, depilado, rosto barbudo. Aproximou-se, fungou em meu pescoço, um arrepio subiu-me pela espinha dorsal. O hálito vinífero, eu o experimentava de gole em gole, seu teor era forte, envolvente. Ele, o vinho e eu, já não éramos mais três, tudo se encaixava. Como os ovos quebrados no bonde; como a massa branca do inseto; estava eu estirado no asfalto da vida, sangrando como uma estrela. Eu estava nele e ele estava em mim. No entanto, meu cachorro me atacou, por qualquer razão me estranhou, eu já ladrei muito por aí. Fechei a Bíblia,  abri meu corpo. Da cama avisto pela janela muito além do horizonte. Que pena que até um bom vinho chega ao fim.

sábado, 6 de junho de 2020

"Sonhos não Envelhecem"

Arquivo Pessoal

Porque se chamava moço
 se chamava estrada
Viagem de ventania
Nem lembra se olhou pra trás
Ao primeiro passo, aço, aço, aço, aço
Porque se chamava homem
Também se chamavam sonhos
E sonhos não envelhecem
Em meio a tantos gases lacrimogênios
Ficam calmos, calmos, calmos
E lá se vai mais um dia
Que seus sonhos não envelheçam jamais
Que sua estrada seja de sol, chuva, dias e noites
Sempre bem florida!


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"ESPERAREI"

Esperarei domingo; Esperarei sorrindo; Esperarei sonhando; Esperarei dormindo; Esperarei um amigo, Um abrigo, um lindo dia de sol.