Encontro-me numa cafeteria, estou com alguns livros nas mãos, pronto para lê-los; o aroma alertando a chegada do café interrompe minhas atividades. Degustar aquela xícara de café prazeroso, abrir um dos livros e ver na página foto da obra de Cândido Portinari "O Lavrador de Café", datada de 1939, óleo sobre tela, ter dimensão de 100 cm por 81 cm, e está exposta no Museu de Arte de São Paulo (MASP). Medito no grande mestre pintor, e seja qual for sua descrição, é veraz. O lavrador negro, forte, sobre um sol escaldante, com enxada na mão direita, olha pro oeste, sabe que sua labuta é infindável; ao fundo, a plantação cobre o horizonte.
Certeiramente, o ouro negro continua impulsionando a economia mundial; na figura do ilustre escravo, o café continua trazendo riquezas para seus amos; ser forte o serviçal, teor forte e distinto dos grãos; olhar para o norte, o café avança porque há mais mercado a conquistar.