Na sala fria, escura, corredores silenciosos atrapalhados às vezes por sons de sapatos aos pisos. Aquela senhora, cabelos brancos desgrenhados, olhos úmidos, boca seca, assustada; sentada a meia luz, respira profundamente. Ao seu redor oito pessoas a observam. Uma seriedade nos rostos do mais velho ao caçula. A caluda quebrada pelo relógio, pode se ouvir algum barulho na rua. Repentinamente a voz trêmula e rouca passa a dissertar em defesa das cãs. Almejando piedade, há uma mina nos olhos, que desesperadamente jorram na tentativa de limpar o que parece sujo. As pestanas articulam-se, a boca tenta convencer o júri de sua inocência. A assistência atônita com tamanho despropósito falta de prudência, leviandade bate o martelo com a negativa da cabeça; a réu leva todos ao choro mostra-se pecadora como a humanidade. Absolvida, sorri, sua mão cai como seda ao chão, os advogados e as câmeras se apagam as oito almas a enterram canonizando-a.
sábado, 7 de setembro de 2013
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"ESPERAREI"
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