Voltava do trabalho numa noite
calorenta; as estrelas estavam lá, por mais que a poluição roubasse seus
brilhos. Descendo pela Rua da Sorte, Jardim Santa Etelvina (encostado em Cidade
Tiradentes, ambos bairros de São Paulo-SP) no sentido para quem vai para Avenida
dos Metalúrgicos, um prédio antes, ou dois, não me lembro bem, da Rua Nascer do
Sol ouvia-se um saxofone harmonioso. Parei curiosamente para provar o delicioso
som e esforcei-me em procurar o talentoso ou talentosa, claro que em vão.
Embacei
nessa encruzilhada por cerca de uma hora, esperando que o artista aparecesse
pelas frestas do muro ou que sua sombra o definisse. Estava ansioso para aplaudi-lo,
mas a música encerrou-se, comecei a caminhar no sentido da Rua do Charco; por
outras vezes fiz o mesmo percurso para ouvir o concerto que não mais se
repetiu.