terça-feira, 5 de abril de 2016

"AZAR"

Alta, magra, tinha 17, uma aparência comum;  olhar inocente, corpo quente. De tudo ria-se; curiosidade juvenil, estava atenta, aprendia, se perdia. A luz do dia irradiavas seus cabelos,  encaracolados,  tímidos,  forçados pela prancha.  Os olhos, seus olhos, castanhos como cascas de castanhas,  porém,  me enganas.
Enraivecido,  fiquei triste,  abandonado por 18; você pensava - "a fila anda". Oh, meu Deus, que sufoco,  por um pouco eu não me matei.  Acordei.
Você seguiu sua estrada, e nas madrugadas tens domínio de mim. Ah, que revoltante, Distante,  relutante,  o seu semblante, vi. O seu olhar igual o da primeira,  brilhava sobre mim. Não era pueril,  significava besteiras, calor de fogueira,  gostoso como morangos com chantili.
Um braço,  de repente,  lhe envolveu, era ele, o seu belo com desprezo sorriu. Desfez as  quimeras,  sua face grosseira, sisuda, empurrou me pra rua, qual náufrago porvir. O que estava envolvido, ficou sucumbido por ti. Dei-me a andar, prazer e adeus lhes falar,  as costas por dar. Azar.

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"ESPERAREI"

Esperarei domingo; Esperarei sorrindo; Esperarei sonhando; Esperarei dormindo; Esperarei um amigo, Um abrigo, um lindo dia de sol.