Oh criatura alada que ao meu lado sempre está
Quisera eu possuir asas para em teu céu brincar.
És anjo? Talvez!
Oh criatura terrestre que ao meu lado estivestes
E como asas surgiram te debandastes para outro ninho.
És humano? Talvez!
Pássaro que grita, brinca, suas asas agita, com seu bico tu te furas;
Minhas mãos quentes servem o seu alimento.
E como Quintana, do seu bico, emite um som:
Eles passarão!
Eu humana, sem asas, grito, brinco, me agito.
Minhas mãos não me machucam, e sim a solidão.
Cicatrizes cantam com bico, aquele inesquecível tom.
Aí, que pena das poucas penas que nos restaram.
Não tem problema, sou abrigo, sou calor;
De-me asas, por favor!
Ensina-me o caminho, eu passarinho.