Num jogo os olhares atentos e cúmplices
Mudam na rapidez da jogada.
Por mais que o álcool nos modifique,
O sentimento está ali, como uma carta marcada.
No amor não jogo, jogo-me. Embriago-me
Até o coma; não descarto, não passo a vez.
Entre rostos e fumaças consigo ver o seu sorriso.
Despretensioso, verdadeiro, encabulado e cheio
De vergonha.
Você percebeu que li os seus segredos.
Amor de Valete... de copas, você estremeceu febril.
De espadas, fez uma jogada! De paus, numa fantasia,
O momento da realeza, que nobreza! Finalizei com ouros,
os nossos olhos fecharam em busca das bênçãos divinas.
Fiz mais um lance, o cigarro apaguei,
Estou olhando pra você,
é a sua vez.