sexta-feira, 16 de julho de 2021

"A NÃO MELINDROSA MERLINDA"


Aquela vida abundante e cheia de graça nunca existiu, assim coçou a cabeça Merlinda, aos nove anos de idade passou por uma crise existencial e o chão era sua realidade.

**Sentiu em suas mãos o peso da responsabilidade, que mesmo apesar da pouca idade, encarava sempre com verdade.**

Abandonada pelo pai quando nasceu, de mãe viciada em drogas e bebidas, restava-lhe um sonho que paulatinamente foi sendo implodindo. No rádio de pilha antigo, em meio a poeira, ouvia se "O Mundo é Um Moinho" de Cartola, mas na voz de Cazuza.

**Pés descalços, jeans rasgados, olhos e cabeça baixa, atenta ao som da música que naquele instante lhe soava como salvação, somente a voz e o violão, fazia naquele momento algo tocar fundo seu coração.** 

Com o tempo pode calçar seus pés, embora olhasse para cima em busca do Cristo, distraia-se até hoje com o Pão de Açúcar, na Urca. Ali seu sonho era mais palpável.


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"ESPERAREI"

Esperarei domingo; Esperarei sorrindo; Esperarei sonhando; Esperarei dormindo; Esperarei um amigo, Um abrigo, um lindo dia de sol.