sábado, 26 de janeiro de 2013

O Cabeça

Ele quis se impor, era mais uma de muitas tentativas. Ora, aprendera que o varão é dotado do privilégio legal e divino da dianteira, de tomar decisões e contar com o pleno apoio de sua ajudadora. Endossando o ego masculino e a lei, era só girar o pescoço e ver as inúmeras famílias da vila orientadas pela bússola moral. Leandro reivindicava seu direito aos pés de Simone, que herdou da mãe o direito de mandar, manobrar e chantagear para conseguir as consecuções de suas intenções.
Dizia o quarentão: Não pode, você precisa me respeitar. Não pode! A mulher abria a boca como uma metralhadora destroçando todos os argumentos de Leandro, que frustrado ia dormir. Buscava um sonho em que ele realmente mandasse alguma coisa. No trabalho, na vizinhança, em qualquer lugar, o pobre homem não conseguia se posicionar; em sua deficiência entregava-se aos resmungos, que o aliviavam da dor da vergonha.

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"ESPERAREI"

Esperarei domingo; Esperarei sorrindo; Esperarei sonhando; Esperarei dormindo; Esperarei um amigo, Um abrigo, um lindo dia de sol.