terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Sinuosamente Direito

Alto, magro, meia idade; seu andar manco chamava à atenção. Era formado em direito, advogava pela região, principalmente nas vilas ribeirinhas de Igarapava - SP.
Era mais conhecido como unha-de-fome, deixando seu profissionalismo coadjuvar. Certo dia, estava doutor Francisco, vulgo Chicão no popular, em seu fusca pela estrada de terra, quando sente que o carro passou em cima de algo. Desce, analisa o porco a uns duzentos metros e, começa a maldizer o dia. O camponês que de longe ouviu o acidente, se aproxima e começa com a ladainha conhecida dos prejudicados. Chicão quase atrasado para o compromisso, tira uma nota de dez pesarosamente do bolso, quase não consegue dá-la ao caburé; entra no carro, agora mais preocupado com a perda dos dez do que com sua obrigação. Segue o caminho; em seu retorno à noite, para no sítio e quer o porco que comprou. O matuto em sua simplicidade, explica-lhe que fora transformado em ítens de uso diário, e que com a indignação suposta de Chicão, propõe devolver-lhe seus dez. Chicão lhe diz: Não! O porco é meu. Pague-me quinze.

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"ESPERAREI"

Esperarei domingo; Esperarei sorrindo; Esperarei sonhando; Esperarei dormindo; Esperarei um amigo, Um abrigo, um lindo dia de sol.