Naquela noite às horas passaram e às 03:00 horas da madrugada, resolveram ir embora, pois até tal momento nada avistaram. Com orgulhos feridos, mas os corpos já vencidos, soltavam seus gemidos que acompanhavam o barulho da mata.
O "Bigode" solta o som de sua voz: - Vamos embora, não aguento mais.
Deram por si, que o medo e o desejo de regresso era verso comum dos seis.
Ligeiramente, apanharam suas tralhas, as espingardas que não falham, sequer foram usadas uma só vez.
Cessaram novamente os sons e eis que um cervo, a um tiro dali, parado, tranquilo, se tornara o escopo da vez. Trocaram - se olhares, o "Baixinho", o menor da turma, atirador por excelência, enviou-lhe um tiro certeiro. Incrível, a caça continuava em pé, ilesa e integra. Assustados, num só ato, todos descarregaram suas munições.
- Meu Deus! Robertinho embasbacado com a cena, exclamou.
O animal olhou profundamente para o sexteto, que se desmanchava numa espécie de suor com calafrios. Lentamente caminhou rumo a eles, sem nenhum vestígios de balas, passou bem pertinho dos predadores, pulou a cerca de arame farpado e foi embora.
Atônitos, não conseguiam falar ou fizeram um auto pacto de sigilo.
Os muitos projéteis das armas, não atingiram o alvo, mas alcançaram as seis almas, que retornaram para casa em silêncio, com a plena sensação da cassação desse desejo.
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