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De repente, o maior escorrega e cai, começa a chorar, enfim brincar despidos tem seus riscos.
Os pueris que lá estavam, encerraram as gargalhadas rapidamente, valeram-se de uma atitude humanitária. Vinte mãos o tiraram do chão, dez línguas a se consultarem, dez cérebros pensando no próximo passo, quando apressado, surge o padrasto do menino machucado.
- Sr. Antônio, o posto de saúde é logo ali, seu afilhado por cima de nossas cabeças está, somos unidos, nada nos atrapalha, lá chegaremos e um pronto atendimento o afligido vai tendo.
A cidadezinha, escondida em suas casas se achava a populaça abrigada da chuva, à notícia dos pelados, foram comprovar nas ruas. Aquele bando de formigas desnudas, no posto foi entrando, a enfermeira assustada logo foi ralhando : Uai! Cadê as roupas de vocês?
- Dona Naná, agora ralhar não adianta, por gentileza, dê atendimento a esta criança.
Dona Naná puxou a maca e o pobre chorão se acalmou, ouvindo o conflito, o Dr. Said levantou, os primeiros socorros ministrou.
A faxineira, cheia de besteiras, nos fez sair do corredor, também lá fora, na chuva os pés a gente não arredou. Ouvia-se do interior muitos uivos de dor, Dona Naná explicou: Que pena, a perna ele quebrou. Agora pelados, o risco já passou, vão pra suas casas, tomem banho, comam alguma coisa e se aqueçam sob o cobertor.
Não aceitamos tal conselho, um amigo, aprendemos, não se larga a esmos. Pode voltar ao seu trabalho, se preciso for aqui amanheceremos.
Os genitores de cada um chegavam a todo instante, traziam cuecas, shorts, camisetas, cada um com sua toalha se enxugava e batia a xepa.
Mainha de Ambrósio enfezada ficou: Larga de ser besta rapaz, doente vai ficar e depois é a burra veia que vai se lascar.
Nem assim debaixo de xingamentos e de sermos taxados como estúpidos, nossa lealdade permaneceu, não foi só de momento.
A chuva apertava, trouxeram o aviso que acabou com nosso tormento, ele estava de alta, graças a Deus nós demos.
Da maneira que o trouxemos, embora foi, por cima de nossas cabeças flutuando na cidade, por onde passávamos, cumprimentávamos os compadres e comadres. Estávamos com a sensação de dever cumprido, nosso amigo e irmão para o lar foi devolvido.
Até hoje, ele não sabe o que nós dez sabemos, enquanto ele gemia e chorava, nos desmanchávamos por dentro, a chuva maquiou o nosso sofrimento.