Tic tac, tic tac, era o relógio teimando em retardar o meu tão esperado fim de semana. Naqueles cinco minutos veio a minha mente a conversa com meu melhor amigo, combinando aventuras praianas.
Sabia de cór o que faria ao chegar em casa, as bebidas que desceriam comigo, as roupas, a barraca, os alimentos e o carro, quem bancaria a gasolina era o irmão dele.
Sabia de cór o que faria ao chegar em casa, as bebidas que desceriam comigo, as roupas, a barraca, os alimentos e o carro, quem bancaria a gasolina era o irmão dele.
Viajei ao sentir o vento no rosto, as águas em meu corpo, ver um pôr ou nascer do sol. Sabia que meu amigo havia alugado uma quitinete de frente para o mar; fiquei na dúvida sobre quem cozinharia, pois nós três éramos péssimos em cozinhar. Achei que alguns enlatados iriam ajudar. Lembrei da geladeira de isopor, e descer a praia sem geladeira de isopor não é ir a praia.
Estava preocupado se tinha dinheiro suficiente, novamente lembrei da caixa de isopor e, liguei para mãe pedindo para reservá-la, pois só chegaria em casa e tomaria um banho e depois, descer, estrada aí vamos nós.
Desliguei o telefone e num rápido olhar ao relógio de parede, havia passado dois minutos de meu precioso tempo. Dei tchau pra galera, foi um tal de bom final de semana pra cá e pra lá. Dona Dinorá minha supervisora, falou uns cinco minutos sobre minhas responsabilidades na segunda-feira. Só na Segunda-feira e ela me vem com este blá, blá, blá, hoje é sexta-feira dá um tempo, pensei sorrindo pra ela e dizendo que não tinha problema e que o final de semana fosse bom também para ela.
Liberdade!Corri até o ponto de ônibus e por incrível que pareça, uns seis passaram lotado, pessoas dependuradas nas portas.
A minha ansiedade e expectativa adiada me deixaram um tanto sem paciência. Por fim veio aquele ônibus com alguns assentos vagos que embarquei. Minhas emoções estavam sobre altíssimo controle quando aquela lata velha quebra a quatro pontos depois de meu local de trabalho.
O motorista e cobrador pedem com a rudeza de quem não gosta de trabalhar como tais: desçam, quebrou!
Ainda bem que sou jovem e nunca precisei até a presente data fazer um check-up, mas comecei a pensar seriamente.
O cobrador para outro ônibus e vamos bem apertados até meu destino, minha residência. Cheguei e não acreditando vou direto para o banheiro, foi o banho mais rápido de minha vida, separei todas as coisas e ao terminar, ouço a buzina do carro do Grande.
Sorrio e penso, nada mais vai nos atrapalhar, dou um beijão na minha velha, digo que se cuide. E ela passa e repassar os sermões das mães. Entro no carango e ao tremular por causa do motor, a certeza de um fim de semana inesquecível era iminente.
Conversas, piadas e brincadeiras nos animava ainda mais, até que na rodovia num quilômetro bem avançado, um engarrafamento quilométrico. Passamos a noite no carro e metade do outro dia também.
Como não tinha mais jeito, fizemos daquele congestionamento o nosso mar, do carango nossa barraca, comida não faltava, tiramos fotos com pessoas que pela primeira vez conhecemos, paramos para observar bandos de andorinhas e outros pássaros, e não posso reclamar, foi um por de sol e, no seguinte dia um nascer de arrepiar, sem falar na cheia lua. Engraçado, alguns reclamavam, mas como jovens nosso interesse era a diversão, e posso confessar, foi um fim de semana inesquecível.