Nina é uma menina de quatro anos de idade, ao acordar foi correndo abraçar a sua mãe. Ao virar o corredor para o quarto, de braços abertos, para e observa atentamente sua mãe falar ao telefone.
De costas, a mãe não nota a presença da filha, mas Nina presta atenção no tom de voz da matriarca e esta está brava.
De costas, a mãe não nota a presença da filha, mas Nina presta atenção no tom de voz da matriarca e esta está brava.
A menina, nas pontas dos pés, dá meia volta e entra debaixo dos edredons como se não tivesse acordado. Nina pensou que continuando na cama, sua mãe não ralharia com ela, embora não soubesse o que lhe havia feito.
De repente, os passos fortes vêm em direção ao quarto e Nina fecha os olhos, sua mãe carinhosamente a acorda e leva para higiene matinal. Como toda criança, pergunta se a mãe está nervosa. Sua mãe diz não tranqüilamente.
Nina pergunta novamente se a mãe tem certeza de que não está irritada. Pela segunda vez responde que não. Na curiosidade pueril, faz a mesma pergunta e sente que irritou sua mãe.
Leva-a para tomar café, chama a empregada e diz que precisa sair. Nessa altura sobe pela garganta de Nina uma pergunta, que logo sua mente refuta com a imagem de sua mãe insatisfeita.
A jovem mãe pega sua bolsa de couro trabalhada, destas que as madames expõem aos olhares públicos, com rapidez abre sua bolsa e tira um batom de cor vermelho. Em frente ao espelho contorna seus lábios como artista.
Trimmmm, trimmm, o telefone toca e a empregada atrapalha sua performance, que apressadamente atende o aparelho.
Volta com um sorriso e beija Nina deixando uma marca de lábios vermelho em suas gordas bochechas.
Ao sair a mãe, Nina olha para mesa da sala e vê o objeto de metamorfose. Pensa, mamãe não vai achar ruim, eu vou ficar igual ela.
Sobe numa cadeira, sua imagem infantil reflete no espelho e como uma cópia, segue fazendo os movimentos de sua mãe. Os contornos tortos nos lábios, o borrão da inexperiência e curiosidade, fazem na sentir se bem. Logo a empregada descobre seus segredos, ela sem se importar Poe sua bolsinha nos ombros e o andar é matriarcal.
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